Gatos, simplesmente e unicamente, gatos. Atualmente, é um dos principais animais de companhia do ser humano. Ainda assim, existem dúvidas e preconceitos acerca deste incrível e belíssimo felino. Vamos falar um pouco sobre ele? Embarquem nesta leitura!
Boa noite, a todos!
Sejam mais uma vez Bem-vindos ao blog!
Ora bem, como puderam ver no cabeçalho, hoje o tema recai sobre o gato. É verdade, um dos animais que, hoje em dia, é dos mais requisitados como animal de companhia, nem sempre teve a sua vida facilitada. Bem, na verdade, não é que ainda não a tenha.
Assim sendo, vou-vos falar um pouco acerca destes bichanos (gatos ao longo da história, aspetos gerais sobre o felino, mitos e lendas, a minha experiência com o gato, o gato como animal de estimação nos dias de hoje…).
Sabiam que há muito, muito, muito tempo atrás, no Antigo Egito os gatos eram considerados deuses? Ah pois! Até havia uma Deusa com a aparência de um gato, a Deusa Bastet, deusa da fertilidade, da música, da dança e do amor. Era considerada uma grande protetora dos lares, afastando as doenças e todos os males que pudessem surgir. Era também considerada protetora na difícil hora do parto. Na verdade, os egípcios acreditavam que os Deuses, tomavam a aparência dos animais. Mas não se trata apenas só disso! Os mesmos observaram que o gato era um dos principais e mais importantes predadores de ratos, ratos esses que, por sua vez, eram responsáveis por “espalhar" doenças e destruir as colheitas de grãos e cereais.
Ao notarem uma diminuição na disseminação de patologias e aumento da prosperidade, no âmbito da produção agrícola, os egípcios, em troca, ofereciam comida e lar a este nobre felino. E assim foi, estabeleceu-se, desse modo, uma relação de parceria e primeiras tentativas de domesticar o gato. O gato “protegia o lar e os campos” e, em troca, davam-lhe conforto e alimento. Linda história, não é?
Mas, infelizmente, essa “alegria felina” acabou, por conta da queda do Império do Antigo Egito e com a entrada da época medieval. Sim, a época medieval, onde tudo o que contei acima, lembram-se? Tornou-se precisamente o contrário. Desta vez o pobre felino (sobretudo os gatos pretos), eram vistos como bruxas disfarçadas e quem andasse com um era logo associado a bruxaria, pois acreditava-se que traziam má sorte e enfeitiçavam as pessoas, levando-as a cometer atrocidades (imaginem o coitado do gato: “Ordeno-te José Manuel que faças “xixi” na cama do teu patrão e espalhes doenças!).
Nessa sequência, foram mortos centenas e centenas de gatos. Com a disseminação em massa do gato, adivinhem o que aconteceu? Algum palpite?…“Ba dum tss” (soam os rufos), os ratos, que outrora estavam bem “controladinhos” graças ao gato, tornaram-se uma enorme praga, sendo a mordida da pulga do rato a responsável pela maior pandemia da história da humanidade, a Peste Negra.
Ah pois é! E quem é que afinal dava azar quem era? Só porque o gatinho era um animal silencioso, noturno, independente e muito engenhoso na sua sobrevivência.
E é sobre isso que vamos falar agora, dos aspetos gerais do gato. Mas afinal o que é um gato, o que é ser gato, o que é esta coisa da “felinidade”?
Portanto, até agora sabe-se que os gatos, desde há muito tempo atrás, foram tentados ser domesticados, e até foram, mas não totalmente. Podemos dizer que o gato foi suficientemente inteligente para não se deixar dominar totalmente e manter a sua felinidade.
Os gatos são animais que vivem à noite, dormindo pelo dia, carnívoros e auto-suficientes na sua medida. São grandes predadores possuindo uma anatomia perfeitamente adaptada à caça, com unhas retráteis, em que os mesmos fazem questão de afiá-las regularmente. São extremamente silenciosos, metódicos e sabem exatamente o que querem, como querem e quando querem.
A sua longa cauda auxilia-os no seu equilíbrio e as vibrissas (aka bigodes e antenas, sim, eles têm antenas, vão lá investigar o vosso bichano), fornecem todas as informações necessárias sobre espaço, captação de odores, distâncias, força e orientação do vento. Interessante, não é?
Mas esperem, este animal “todo quitado” ainda traz mais “funcionalidades”. Os ossos do gato são leves, os ligamentos espessos e flexíveis, e as suas clavículas não tocam nos outros ossos (por isso, os “safadinhos”conseguem passar por qualquer lugar estreito). O gato ainda é conhecido por cair sempre de pé e, de facto, é verdade! Desde que o mesmo tenha tempo para realizar a rotação do corpo antes de cair ao chão, ele cai sempre de pé! Uns autênticos ninjas!
Para completar tudo o foi anteriormente mencionado, e, porque aliado a tudo isto, acho que é por isso que o gato é um animal independente. É o facto de, até mesmo, as suas próprias línguas serem umas verdadeiras escovinhas de lavagem. É verdade!
Os gatos são imensamente higiénicos e cautelosos. Dessa forma, não deixam rasto por onde passaram e mantêm-se ao mesmo tempo limpos. As línguas ásperas possuem cerdas que ajudam a remover o pêlo morto e a limpar as impurezas, juntamente com a sua saliva, que possui enzimas e que serve como “detergente”.
Ainda no campo da higiene e limpeza de paradeiro, o gato é dos únicos animais que enterra as suas fezes e urina. Eficientes não são? Por isso não se esqueçam de trocar a areia regularmente!
Ora bem, leram tudo sobre estes aspetos gerais (bem gerais, porque há mesmo muito mais para se dizer sobre o gato)? É a esta soma toda de aspetos anatómicos, estilo de vida e personalidade dos mesmos, que chamamos de felinidade.
E estes animais, por mais domesticados que sejam, nunca vão perder essa sua felinidade. E é por isso que eu admiro tanto, mas tanto, este animal.
E é aqui que entra a minha experiência, como “amante de gatos”. Desde que me lembro de ser “gente” que amo gatos! Tenho até fotografias reveladas, de mim em praticamente bebé a acariciar um.
E, fotos de criança com gatos ainda mais, e fotos em adolescente e adulta com gatos? Ui, muito mais! É algo, que apesar de eu ter explicado o porquê de amá-los tanto, também tem a sua parte inexplicável. Sempre que vejo um gato na rua, é como se fosse amor à primeira vista! Tudo o que quero, é ir logo ter com eles para acariciá-los dar comida, enfim tratá-los bem. É uma energia que emerge em mim, não sei explicar.
Bem, tendo em conta, que a família da parte do meu pai tinha uma adoração incrível por gatos se calhar…
Até o meu companheiro quando vê um gato na rua já diz: “Lá vai ela atrás do gato” E vou mesmo! Por vezes, sem sucesso já que eles não sabem se estamos lá para os maltratar ou para fazer o bem. Daí também serem muito mal julgados.
Agora, apesar da sociedade atual ter evoluído, em muitos aspetos, em relação ao gato. Ainda há muitas dúvidas e preconceitos que prevalecem e é isso que quero, mais uma vez, esclarecer (porque se lerem o que escrevi, penso que já haverão muitos aspetos desmistificados) e complementar.
Agora, vem a parte que me dá nervos, por isso deixei para o final. O que a sociedade pensa sobre o gato?
• “Gatos são traiçoeiros e interesseiros!” ERRADO! Os gatos são animais que vivem em parceria com o ser humano e não em hierarquia. O gato precisa da sua independência, tal como nós (curioso não é?), e sabe estabelecer limites “avisando” com os seus diferentes tipos de miado quando gosta de algo, ou quando estão a abusar do mesmo. Ou seja, gatos sabem estabelecer limites. Gostavam vocês, que vos tivessem sempre a tocar e impor-vos ordens o tempo todo? Parece-me que não. Gostavam que fossem desrespeitados e que a vossa palavra não fosse ouvida? A mim também parece-me que não. Ah pois, parece-me que estamos a chegar a algum lado.
• “Gatos não gostam de carinho. Eles só vêm ter contigo se lhes deres comida!” Como assim gatos não gostam de carinho? Gatos são seres dotados de emoções, logo precisam de carinho e dar carinho. O cérebro do gato, nesse aspeto, é muito semelhante ao do ser humano. Os gatos precisam de sentir que aquele ser humano é de confiança, que o quer tratar bem, só aí é que se pode estabelecer uma relação e, posteriormente, uma amizade. Ora onde já vi isto antes? Ah pois, o ser humano também faz a mesma coisa. Ups! Gatos para demonstrar amor, dão as suas famosas cabeçadinhas, “dão" banho ao dono (mesmo nós sendo carecas) e, o melhor de todos, eles ronronam. E, já agora, está, cientificamente, comprovado que o ronronar do gato diminui os níveis de ansiedade! Palavra de enfermeira!
• Por fim, quanto ao assunto, “gatos só vêm quando é para comer”. Vamos lá esclarecer as coisas. Se tivessem esfomeados e, melhor, esfomeados e a viver na rua, não iriam tentar a sorte de ir à mão do inimigo na tentativa de sobreviver? Pois, é isso que o gato faz. Primeiro observa, depois, é como já referi, se se reunirem os factores para o estabelecimento de uma boa confiança, vão ver que o gatinho já não vem só pela comida, vem também para estar tempo convosco, para receber e dar mimos. E olhem que eles adoram-nos.
Simplesmente, e repito, o gato é um animal independente e que preserva a sua felinidade. Por isso, não é que eles não gostem de vocês (se não forem da confiança deles ou se for um gato selvagem, abrem-se exceções que não devem sequer ser postas em cima da mesa por motivos óbvios). Apenas precisam do seu espaço e do seu tempo, tal como nós. Por exemplo, quando queremos estar sozinhos ou quando queremos descansar e não é por isso que, nós seres humanos, não nos amamos uns aos outros.
Por isso, em jeito de conclusão. Tentem ver os gatos com outros olhos, se tiverem dúvidas pesquisem fontes fidedignas sobre estes belíssimos felinos. Dêem-lhes, pelo menos, uma oportunidade. Averiguem se é um gato com múltiplos traumas e, que por isso, “não dá o braço à torcer”, ou, até mesmo, se encontrarem um gatinho selvagem (sim, eles existem) que, certamente, não estará domesticado.
Afinal de contas, se estivesse a ler este texto sem utilizar a palavra “gato” diria que estava a escrever sobre nós mesmos. Somos tão parecidos!
E desse lado, adoraria de saber se gostam de gatos ou se têm algum.
E também gostaria de saber se não gostam, quais os motivos. Gostaria de saber a vossa opinião sobre o assunto. Digam-me nos comentários e não se esqueçam de dar o vosso Feedback!
Mais uma vez, cá vos espero para o próximo post!
"E lá vai ela atrás do gato"! Não há melhor verdade que esta! Graças a ti, tenho vindo a ter uma ideia diferente sobre os gatos (atenção, nunca olhei para eles como animais maus, mas sim desconfiados, muito até, e imprevisíveis. Contudo, e após conviver com alguns, tem sido ótimas experiências, hilariantes até! Obrigada, meu amor. Adorei o texto, adorei todos os pontos de vista que mencionaste, todos os factos reais sobre estes felinos. Continua. Love you.